domingo, 29 de novembro de 2015



A descida pelo telhado do paralítico de Cafarnaum




         


“ E deixando Nazaré, Jesus foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulon e Naftali, para que se cumprisse a profecia de Isaías”


Cafarnaum localizava-se na costa ocidental do mar da Galileia, na fronteira entre duas tribos antigas: Zebulon e Naftali. Uma profecia de Isaías dizia que a chegada de Jesus no local iria trazer libertação dos inimigos. Isaías 9:1,2 “Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulon e a terra de Naftali; mas nos últimos dias, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz”. Assim, em Cafarnaum Jesus opera muitos milagres, dentre os quais destacarei a cura de um paralitico descrita nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas.


"A ti te digo:Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos." Marcos 2:11-12


Aconteceu na casa de Simão Pedro. Jesus estava reunido ali com os fariseus quando as pessoas ficaram sabendo e se aproximaram para ouvi-Lo. Era tanta gente que a porta principal da casa ficou lotada, interditada, ninguém podia mais entrar ou sair, a não ser quando a reunião terminasse. E eis que quatro homens apressados e decididos a falar com Jesus surgem entre a multidão,  carregavam uma maca e nela estava deitado um paralitico, impossibilitado de movimentar pernas, braços e de voz prejudicada. Seus amigos eram as “mãos,  pés e  voz” do homem escravizado pela doença. Eles queriam falar com Jesus, precisavam falar com Ele. Só que , apesar da urgência e do estado, ninguém deu passagem. Todos e cada um, estavam ocupados demais com seus próprios problemas e a solução deles, o paralitico, era apenas mais um que buscava desesperadamente a cura.


Nem todos têm sensibilidade para perceber as necessidades do outro e encará-las com a mesma dor de quem a vive e ainda que o problema seja visível, poucos se dispõem a ajudar. No caso do paralitico de Cafarnaum, entre 100, 200, mais ou menos, quatro amigos foram sensíveis e determinados na busca pela felicidade do semelhante. De forma admirável, eles empreenderam tempo e esforço em busca de algo que parecia difícil de se realizar, e quem sabe, por esse motivo, as pessoas não tenham aberto o caminho, dado passagem para a maca e o doente. Para eles, aquele era um caso perdido. Mas, no coração dos amigos do paralitico, a fé já havia brotado, criado raízes, e agora, eles estavam ali, em busca do fruto da fé. Tinham certeza que estavam na hora e no lugar certo e nada poderia lhes impedir de ver o milagre.


Fico imaginando esses homens,  enquanto carregavam a maca, conversando entre eles sobre o que Jesus já havia feito nas redondezas: ressuscitado mortos, curado leprosos, expulsado demônios. Apressados, cambaleando a maca de um lado para outro, mas tão designados que despertaram admiração no Filho de Deus: “Vendo a fé deles, Jesus disse ao paralitico: Filho, os teus pecados te são perdoados” Marcos 2:4. A maneira como chegam até Jesus, é no mínimo extraordinária! Já que ninguém lhes dá passagem, eles sobem até o telhado da casa, abrem um buraco no teto e descem o amigo paralitico  até o centro da sala, onde Jesus estava. Quanta fé! As casas da antiga palestina, tinham abertura no telhado, pois, era comum espalhar trigo ou outros cereais na eira para que o vento carregasse a palha, limpando o grão (Rute 3). Também era costume manter uma escada fixa ou móvel ao lado da casa para possibilitar a subida ao telhado. Os amigos do paralitico de Cafarnaum certamente usaram a escada, e  não deve ter sido nada fácil chegar ao cume da casa carregando a maca sob olhares curiosos, incrédulos e as dificuldades próprias da missão.


Essa é uma grande lição para todos nós. A fé, exige ação. Os homens buscaram o milagre, foram ao encontro de Jesus e por mais que houvessem obstáculos, eles não desistiram. Não sentiram vergonha ou desanimo. Não esmoreceram diante da passividade das pessoas. Eles não buscavam aprovação dos homens, não estavam interessados sobre o que iam falar deles, mas buscaram Jesus.  Os fariseus estavam sentados dentro do recinto e quando viram o homem descer pelo telhado e Jesus o perdoar dos pecados, não deram glória, nem  se compadeceram, mas ficaram furiosos e julgaram ser Jesus um enganador arrogante se fazendo passar por Messias: “ “Por que fala desse modo? Isto é blasfêmia!Quem pode perdoar pecados senão  um que é Deus?” Marcos 2:7. Os fariseus estavam entre os mais importantes religiosos de Israel e não tinham discernimento espiritual, porque eram orgulhosos, cheios de si mesmos. Mas os humildes homens que carregavam a maca, eram simples moradores de Cafarnaum. Pequenos diante dos homens, mas grandes diante de Deus. Não tiveram receio de se humilharem por uma boa causa, de amor ao próximo.

          
"A ti te digo:Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. E levantou-se e,
tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que
 todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo:
Nunca tal vimos." Marcos 2:11-12


E de repente, o desprezível cortejo da maca que até pouco tempo implorava por entrar na casa pela porta, sem ser ouvido,  recebe a atenção do Mestre da vida e se torna o centro da atenção de todos. O paralitico de Cafarnaum, estava doente por causa do pecado e foi primeiramente perdoado, em seguida curado da paralisia. Foi quando desceu pelo telhado, como um grão de trigo caindo em terra, morrendo para o mundo e escolhendo viver para Deus que recebeu libertação. E como profetizou Isaías: o homem que estava assentado sobre as trevas, viu uma grande Luz, chamada Jesus! Nem toda enfermidade é ocasionada pelo pecado, mas a desse homem era e deve ter ocorrido de maneira progressiva, privando-lhe de felicidade. O paralitico de Cafarnaum era prisioneiro duas vezes: do pecado e da doença. Não bastaria devolver-lhe a saúde física se sua condição espiritual era a causa de todos os seus males. E aqui cabe a nós compreendermos que Jesus veio para libertar o homem por inteiro (Isaías 54). Em que outro lugar o paralitico Galileu encontraria tamanho favor? Em que outro lugar nós encontraríamos tamanho favor? Somente em Jesus.


É louvável a fé desses homens que carregaram o amigo sob a maca. Eles demonstram a importância da intercessão. O comportamento do doente também contribuiu para a realização do milagre: apesar de seu estado critico, era um homem que exercia certa influência em seu meio social. Sua presença era querida. E como não devem ter saído daquele lugar felizes, saltitando, glorificando a Deus. Um testemunho que aproximou muitas outras vidas de Jesus. Aquele buraco no teto testemunha também a nosso favor. Se são muitos os obstáculos, por mais que digam que é impossível, improvável, se o Caminho é Jesus a Luz  haverá de raiar. Assim como raiou nos confins de Zebulon e Naftali.

 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém.


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

        A parábola de Jesus sobre remendo novo,

    veste velha





“Ninguém deita remendo de pano novo, em veste velha,
porque semelhante remendo rompe a veste e faz-se maior a rotura” Mt 9:16

Quando Jesus falou sobre veste e remendo, Ele estava diante de alguns discípulos de João Batista que o interrogavam sobre jejum. A necessidade de tal pratica também era observada com afinco pelo clero fariseu. Antes de proferir essa parábola, Jesus havia se deparado com fariseus e escribas criticando seu modo de viver: “ Por que come vosso mestre com os publicanos e pecadores? (Mt 9:11) Ele blasfema (Mt 9:3), rogaram para que Jesus se retirasse de seu território ( Mt 9: 34)". Imaginar Jesus salvando vidas com todo amor e bondade de Sua alma e recebendo olhares e palavras ríspidas como recompensa.  Mas Ele não desistia, nem se intimidava com a perseguição, muito pelo contrário, todo o tempo possível era usado para curar corações. Pessoas, vidas, esse era o maior alvo do Mestre.

Costureiras sempre dizem que é mais fácil e prático fazer uma peça nova do que concertar uma antiga. Remendos são soluções provisórias para prolongar a vida útil de uma veste e a palavra grega usada por Jesus sobre remendo foi “Agnaphos”, indicando um tipo de tecido inacabado, de algodão e fibras ainda desalinhadas. Ou seja, um tecido que  precisaria de retoques especiais para poder ser utilizado e nunca em veste velha, caso contrário, com a subsequente lavagem, ou mesmo com a força da linha de costura, o rasgo se tornaria ainda maior. A fraqueza do tecido velho, não suportaria a junção e resistência do novo. Que significado teria essa parábola de Jesus?

Interessante perceber a referência ao tipo de tecido usado para remendo e a contextualização da conversa que girava em torno de fariseus e discípulos de João batista: “ Podem porventura andarem tristes os filhos das bodas , enquanto o esposo está com eles? Dias, porém virão, em que lhes será tirado o esposo, então jejuarão. Ninguém deita remendo  de pano novo em veste velha, porque semelhante remendo rompe a veste e torna ainda maior a rotura” Mt 9: 15:16. O tecido novo  era o próprio Jesus, a Nova Aliança da graça e a roupa velha, era a lei, todo o sistema religioso que dominava os fariseus, escribas e religiosos da época que não compreendiam os requisitos para o Novo Reino: arrependimento, perdão, novo nascimento.

Jesus estava com eles, e Ele era maior que toda e qualquer regra, a santidade consistia em se aproximar Dele e recebê-Lo no coração como novo homem, com nova vida. Era impossível seguir Jesus e continuar servindo ao antigo sistema de obras e tradições. A Nova Aliança, era aquele tecido inacabado, porque Jesus ainda seria morto e ressuscitaria para cumprir definitivamente o plano salvífico. Os filhos das bodas eram os discípulos. Jesus o esposo, O noivo que seria tirado, ou seja, após a ressurreição, seria elevado ao céu (Atos 1:9) para aguardar o cumprimento dos tempos. Apesar da comparação entre antiga e nova aliança, veste velha e remendo novo, Jesus aponta para um futuro em que os corações dos homens seriam comparados a vestes novas, brancas, completas, sem remendos. Uma transformação possível através da fé e não de tradições. Do amor, e não da religião. Da graça que se cumpre com a ação do Espírito santo em nós, pecadores como Saulo que se fez Paulo. Eis o reino de vestes que não precisariam de remendos.

Pode-se fazer uma comparação fiel entre a parábola de Jesus e esses versos de Efésios:

E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo,  Efésios 4:17-20

O velho homem, de vestes velhas.

É vaidoso, ignorante, duro de coração, separado de Deus, enganado quanto a si mesmo, voltado para imoralidade e sem sentimento.





E quando observei o significado real de “sem sentimento”, pude compreender melhor o estado do homem que vive sem Cristo.  “Sem sentimento” é a tradução para “parar de vigiar, de se preocupar”.  A veste velha é como esse homem que se acostuma ao pecado e já não liga mais para o que Deus pensa sobre ele. Se perde o temor, o amor e procura agradar somente a si mesmo. Os remendos surgem com muitas cores e tamanhos: “idas a igrejas, vida fora de suspeita, evangelho vivido de forma emocional , superficial, mas nada de transformação, de rasgar as antigas vestes e vestir as novas para aguardar a volta do Noivo”.

Sinceramente temi por minha vida ao fazer esse estudo. Temi por não querer me tornar essa veste velha, acostumada com o pecado e enganada sobre mim mesma. Porque a lei, a letra, os costumes, matam o amor e a fé, esfriam o relacionamento com Cristo Jesus. Quero muito ser como uma noiva preparada para receber O noivo, vigiando e procurando agradar a Deus acima de tudo.

Que possamos compreender e viver o que Jesus nos ensinou.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015


Você Conhece o Deus Verdadeiro?






Você conhece o Deus Verdadeiro? Não o deus da imaginação do homem, mas o Deus da Bíblia? Essa é uma pergunta importante, porque Jesus nos ensina que a vida eterna é conhecer a Deus e Seu Filho, Jesus Cristo - Jo 17:3. Se você viverá com Deus para sempre nos céus, você precisa conhecê-Lo.

Se você está interessado em conhecer o Deus Verdadeiro, por favor considere as seguintes questões:

1. O Deus Verdadeiro

a) O Deus Verdadeiro é muito grande e glorioso. Ele é tão elevado e santo que nada em todo o mundo é comparado a Ele. Ele é o Deus Eterno, Todo-Poderoso, Onisciente e Imutável - Sl 113:4-6.

b) O Deus Verdadeiro é o Criador do mundo. Em seis dias, Ele criou os céus e a terra e tudo que nela contêm. Da mesma forma Deus também criou você - Gn 1.

c) O Deus Verdadeiro é o Sustentador do mundo. Ele sustenta cada criatura pelo Seu grande poder. Ele dá a você a vida, o folêgo a todas as coisas - At 17:25,28.

d) O Deus Verdadeiro é o Governador Absoluto do mundo. Ele faz Sua eterna vontade acontecer através do Seu grande poder. Deus é o seu Governador e Rei - Dn 4:34-35.

2. A Ordem de Deus

a) Visto que Deus é seu Criador, Sustentador e Governador, a quem você deve sua própria vida, Ele ordena que você reverencie a Ele como o único Deus Verdadeiro - Sl 33:8.

b) Deus exige que você adore e sirva a Ele com um coração cheio de gratidão por tudo que Ele tem feito por você - Sl 100.

c) Em reverência, você deve obedecer a lei de Deus assim dada nos Dez Mandamentos. Essa obediência deve ser completa e perfeita - Êx 20:3-17.

d) Essa obediência deve vir de um coração de amor. Você deve amar a Deus com todo o seu ser e você deve amar o seu próximo como a você mesmo - Mt 22:37-40.

3. A Queda do Homem

a) Entretanto, você não guarda os mandamentos de Deus por amor a Ele. Você é um pecador que falha em fazer o que Deus lhe ordena - Jó 7:20; 13:23;40:4.

b) Você não pode fazer nada verdadeiramente bom e agradável a Deus. Mesmo o melhor das suas obras são como trapo de imundícia para Deus - Rm 3:10-18.

c) Seus atos pecaminosos vem de um coração perverso. Você nasceu com uma natureza corrupta - Gn 6:5; Sl 51:5; Jer 17:9, 4.

d) Deus é o Santo que odeia o pecado e tem de punir os pecadores. Fora da graça de Deus, você será condenado para os tormentos eternos do inferno para sempre - Mt 13:49-50.

4. A Salvação de Deus

a) Deus é também o Salvador que enviou Jesus Cristo para o mundo para salvar pecadores de seus pecados e dos tormentos eternos do inferno - Is 43:11.

b) Em Sua morte, Cristo sofreu os tormentos do inferno no lugar de todos aqueles que crêem n'Ele. Através da Sua morte, Ele pagou o débito e ganhou para eles o perdão de seus pecados - 1Pe 3:18.

c) Cristo satisfez a ordem de Deus para os crentes através de um amor perfeito a Deus e de seguir a lei de Deus. Deus os considera justos em Cristo - Rm 5:19.

d) Cristo dá a vida espiritual para aqueles a quem Deus salva, de tal forma que eles crêem n'Ele. Eles conhecem a Deus e desfrutam da Sua comunhão. Eles viverão com o Deus Verdadeiro no céu para sempre.

5. A Fé Verdadeira

a) Você procura o perdão dos seus pecados, a justiça de Cristo e a eterna comunhão com o Deus Verdadeiro? Deus diz a você: "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa" - At 16:31.

b) Creia que Deus é o seu Criador, Sustentator e Governador, que é digno do seu amor e adoração. Perceba que você é um pecador que tem falhado em cumprir o dever dado por Deus e que você precisa de salvação. Confie em Deus para salvá-lo de seus pecados através da morte expiatória e a ressurreição vitoriosa de Jesus.

c) A fé verdadeira fará com que você se arrependa de seus pecados. Você reconhecerá que é um pecador, lamentará sobre o seu pecado e rebelião contra Deus, e abandonará o seu pecado - Ez 18:30.

d) A fé verdadeira vai fazer você ser obediente. Ela fará com que você procure guardar os mandamentos de Deus e viva uma vida de gratidão a Ele - Tg 2:17-19.

e) A fé verdadeira acredita que a salvação não é obra do homem, mas o dom gratuito de Deus. O crente é salvo unicamente pela graça de Deus - Ef 2:8-9.

6. Você conhece?

Você conhece o Deus Verdadeiro e Seu Filho Jesus Cristo? Se não, obedeça a ordem de Deus para confiar em Cristo para sua salvação. Sem o conhecimento do Deus Verdadeiro, o qual vem através da fé, você não tem vida eterna mas terá de enfrentar os tormentos eternos do inferno.


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Autor: Angus Stewart.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: CPRC Website.

domingo, 9 de agosto de 2015



Conhecimento Sem Zelo



Quando Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, descreve a igreja como o corpo de Cristo, ele fala com mais sabedoria do que nós, tolos, tendemos a ouvir. Como é o hábito da igreja evangélica moderna, tomamos as plenas, ricas, e de fato, belas instruções sobre como devemos viver nossas vidas juntos para o reino e as reduzimos a algo verdadeiro, mas banal, seguro e razoável. Paulo nos diz que somos o corpo de Cristo, e nós ouvimos: "Sejam legais uns com os outros".

É uma pequena melhoria quando esta mensagem nos lembra de que o corpo está cheio de pessoas diferentes, com diferentes pontos fortes, os quais são necessários. Meus ouvidos não fazem objeção ao fato de que eles não podem ver, e o fato de que meus ouvidos ouvem não os torna melhores do que os meus olhos. Obviamente, Paulo faz sua argumentação pois não importa que parte do corpo nós podemos ser, todos nós carregamos demasiado orgulho. Orelhas podem ter algum nível de gratidão para com os olhos, mas ainda pensam ser eles os principais componentes do corpo. O cérebro pode ser inteligente o suficiente para notar que morreria sem um coração, mas é rápido em apontar a dependência que o coração tem do cérebro. Em suma, todas as partes do corpo carregam a tentação de correr para a linha de frente, esperando ser o maior no reino de Deus.

O que vale para nós individualmente é frequentemente verdadeiro sobre nós quando se trata de grupos. As partes do corpo de um mesmo tipo tendem a reunir-se. Portanto, não devemos nos surpreender que quando os reformados se reúnem, celebramos a importância da mente cristã. Sem denegrir outras partes do corpo, nós reformados reconhecemos que a nossa força peculiar está no pensar através de questões teológicas, com cuidado e precisão. Isso é uma coisa boa. A Reforma, e aquilo que a precedeu, trouxe cuidado e precisão a questões de conseqüências eternas, tais como, como é que somos feitos justos para com Deus? Se você quer uma exposição cuidadosa da natureza da encarnação, você seria sábio em pedir a alguém de um contexto reformado. Somos os escribas da igreja, debruçados sobre os nossos livros empoeirados.

Se, no entanto, você estiver procurando por paixão, por zelo, se você estiver procurando por afeição, você provavelmente não pensaria em considerar os reformados. Nós temos uma mente cheia de conhecimento. Um coração cheio de amor, bem, muitas vezes este não é o nosso caso.

O perigo da metáfora do corpo é que, ao confundir uma metáfora, ela pode tornar-se uma posição confortável. Isto é, ela é útil para nos lembrar de não desprezar os pontos fortes e chamados dos outros. Mas isso pode apenas nos fazer satisfeitos com as nossas próprias fraquezas. O fato de que nós reformados somos bons em teologia, pode fazer com que os outros fiquem confortáveis em serem ruins em teologia. Por outro lado, o fato de que o nosso coração tende a ser morno não é contrabalançado pela paixão dos outros. Obviamente, a triste verdade de que alguns têm zelo sem conhecimento, também não justifica a falta de zelo.

Um não compensa o outro. Ou seja, nós não crescemos em nosso conhecimento diminuindo em nosso zelo. Nem podemos crescer em nosso zelo, diminuindo o nosso conhecimento. Em vez disso, os dois deveriam alimentar e encorajar um ao outro. Considere o apóstolo Paulo. Pedro mesmo, reconheceu que Paulo escreveu algumas coisas difíceis de entender - 2Pe 3:16. Se alguma vez houve um teólogo denso e erudito, Paulo era tal homem. Mas Paulo não escreveu apenas densa teologia. Paulo foi dado a expressões de êxtase, mesmo em suas epístolas. Ele, de vez em quando, caiu em fervor intenso. O que não podemos perder, no entanto, é a ligação entre os dois. Paulo não escreveu teologia árida em 1 Timóteo e prosa mística em 2 Timóteo. Ele não praticou conhecimento na segunda, quarta e sexta-feira e então zelo na terça-feira, quinta-feira e sábado. Em vez disso, seus acessos de louvor fluem logo após, e melhor, diretamente de dentro, de sua densa teologia, e depois são seguidos por teologia ainda mais densa. Ele se move sem problemas da ortodoxia à doxologia e vice-versa, e, portanto, nos ensina que devemos fazer o mesmo. O que o deixa em êxtase é a glória e a beleza das verdades que ele está comunicando. O que faz com que ele seja cuidadoso, atencioso, é a glória de Deus e Seu evangelho sobre o qual ele está escrevendo.

Nossa mente deve instruir nosso coração, da mesma forma que nosso coração deve inspirar nossa mente. Se não estamos emocionalmente chocados, se não somos dados a acessos de êxtase, em última análise, isto não se dá porque nós somos fracos no coração. É porque nós não entendemos, porque somos fracos na mente. A verdade é suficiente para nos dominar, transformar nossos lábios duros em lábios trêmulos. A verdade vista da maneira correta nos torna capazes de ver pela lágrima no nosso olho.O reino de Deus, o qual nos buscamos em primeiro lugar, é digno do nosso estudo. Se, no entanto, nós não celebrarmos sua vinda em consequência disto, nós falhamos em entender o reino. O reino de Deus é digno de celebração. Se, porém, como consequência nós não estudarmos isso, nós falhamos em nos alegrar nisso. Entra na Palavra. E deixe a Palavra entrar em você. Dos tais é o reino de Deus.


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Autor: RC Sproul Jr.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: Ligonier Ministries.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015




Pregue o Evangelho, e Quando Necessário, Use as Palavras




Existe um ditado popular frequentemente repetido por cristãos. Isto tem ganho nova vida no Facebook e Twitter. Talvez você mesmo possa ter proferido essas palavras, comumente atribuidas à Francisco de Assis: “Pregue o Evangelho. Se necessário, use palavras”.

Eu penso que podemos considerar o que muitos estão querendo quando dizem algo similar. Como cristãos, nós deveríamos viver de tal forma que nossas vidas apontassem para a pessoa e a obra de Jesus. Todavia, boas intenções não superam dois problemas básicos com essa citação e sua suposta origem. Primeiro, Francisco de Assis nunca disse isso; segundo, essa citação não é bíblica.

Mark Galli pontuou que não há nenhum registro de Francisco, um membro de uma ordem de pregadores, proferindo nada parecido com isto. Na verdade, tudo que sabemos relacionado a ele sugere que ele não concordaria com essa suposta citação. Assis foi reconhecido por sua pregação e frequentemente pregava mais de cinco vezes por dia.

A idéia pode não ter soado atraente para Francisco, mas para muitos hoje, ministério sem palavras é uma abordagem atraente. Gostamos de dizer que "palavras valem pouco", e portanto, "ações falam mais do que palavras". Galli explana bem o sentimento que complementa nossa cultura:

"Pregue o Evangelho; se necessário, use palavras”, anda de mãos dadas com um pressuposto pós-moderno de que no fim, as palavras são vazias de significado. Isso sutilmente denigre o alto valor que os profetas, Jesus e Paulo colocaram sobre a pregação. Com certeza, queremos que nossas ações condizam com nossas palavras tanto quanto possível. Mas o evangelho é uma mensagem, notícias sobre o acontecimento e sobre a pessoa em torno do qual a história do planeta gira.

E este é o verdadeiro problema - não de quem essa citação originalmente vem, mas como ela pode simplesmente nos dar um entendimento incompleto do evangelho e de como Deus salva pecadores. Cristãos são rápidos para encorajar uns aos outros a "viver o evangelho", para "ser o evangelho" para os seus vizinhos, e até mesmo "evangelizar uns aos outros". O impulso missionário aqui é útil, no entanto o evangelho não é nada que o cristão demonstra, pratica ou se torna.

O apóstolo Paulo resume o evangelho como vida, morte e ressureição de Jesus Cristo, através do qual o pecado é expiado, pecadores são reconciliados com Deus, e a esperança da ressureição aguarda todo aquele que crê. O Evangelho não é um jeito de ser, mas sim uma história. O Evangelho é a declaração de que algo realmente aconteceu.


E desde que o Evangelho é a obra salvadora de Jesus,
isso não é algo que nós podemos fazer,
mas é algo que devemos anunciar.


Sim, nós realmente vivemos suas implicações, mas se devemos fazer o evangelho conhecido, faremos isso através de palavras.

Parece que a ênfase na proclamação está diminuindo, mesmo em muitas igrejas que se identificam como evangélicas. Mesmo que a proclamação seja a tarefa central da igreja. Não, essa não é a única tarefa que Deus nos deu, mas é a central. Enquanto o processo de fazer discípulos envolve mais do que comunicação verbal, e obviamente a vida de um discípulo é tida como falsa quando isso não passa de palavras, a obra fundamental que Deus deu a igreja é "proclamar as excelências" de nosso Salvador.

Uma vida piedosa deveria servir de testemunha para a mensagem que proclamamos. Mas sem palavras, o que nossas ações podem apontar a não ser nós mesmos? Uma vida piedosa não pode comunicar a encarnação, a substituição de Jesus por pecadores, ou a esperança de redenção pela graça somente através da fé somente. Nós não podemos ser boas novas, mas podemos anunciar isso, cantar isso, falar sobre isso e pregar a todos quanto ouvem. Na verdade, a comunicação verbal do evangelho é o único meio pelo qual pessoas são trazidas para um relacionamento correto com Deus. O apóstolo Paulo destacou isso para a igreja de Roma quando Ele disse:


"Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram?
E como crerão naquele de quem não ouviram?
E como ouvirão, se não há quem pregue?"
- Rm 10:13-14.


Se nós devemos fazer discípulos de todas as nações, devemos fazer isso usando palavras. A pregação necessita do uso da linguagem. Então, deixe-me encorajar-nos a pregar o Evangelho, e usar palavras, uma vez que isto é necessário. Mas deixe-me dizer também que concordar com a centralidade da proclamação não é suficiente. Precisamos nos mover de acordo com a idéia da execução efetiva da mesma. Deixe-me encorajar-nos a sermos pessoas que não somente usam as palavras do evangelho, mas as usam de quatro maneiras.


1. Deixe seu evangelho em palavras ser compreensível.

Na nossa proposta de sermos precisos sobre assuntos teológicos, devemos também ter a certeza de que somos compreensíveis. Queremos declarar o evangelho bíblico de uma forma culturalmente acessível. Isso requer de nós a definição de termos teológicos, assim como adotar uma linguagem apropriada para as pessoas com quem falamos, onde quer que seja. Eu acho irônico quando alguém diz amar os puritanos e as vezes trai a prática de falar "claramente" como os puritanos faziam. As palavras do evangelho deveriam ser apresentadas, tanto quanto possível, em uma linguagem comum para os ouvintes. Como eles irão escutar se falamos em outra língua?

2. Deixe seu evangelho em palavras ser sério.

Nós comunicamos que o evangelho é um assunto sério porque é um assunto sério! Eu não estou sugerindo que todo mundo deveria ter o mesmo temperamento, mas estou dizendo que aquelas "boas novas" que salvam vidas deveriam ser propostas com sobriedade, sinceridade e zelo. Ninguém escuta uma proclamação sobre assuntos sérios apresentados de maneira leviana. Quando pregamos a Cristo, precisamos de sinceridade e clareza.

3. Deixe seu evangelho em palavras ser ouvido fora da igreja local.

Fazer discípulos significa transmitir o evangelho para aqueles que estão fora da igreja. Uma vez que acreditamos que o único meio dado por Deus para tirar as pessoas do reino da trevas e levá-las ao reino da luz, envolve a pregação do evangelho com palavras, nós deveríamos ser compelidos à falar tais palavras para qualquer um que ouví-las. Como aqueles enviados por Deus - nesse caso nós -, deveríamos estar preparados para "contar a história" para as pessoas não convertidas em nossas vizinhanças, escolas e locais de trabalho.

4. Deixe seu evangelho em palavras ser ouvido dentro da igreja local.

O evangelho deveria ser falado dentro da igreja porque até mesmo os remidos podem voltar-se para as tentações opostas do legalismo e ilegalidade. Uma das coisas mais importantes que um cristão faz é redirecionar outros cristãos de volta para Jesus através das boas novas do evangelho. Nós precisamos falar disso dentro da igreja, a fim de que os não cristãos visitantes que estão entre nós, possam ouvir quão precioso isso permanece em nossas vidas, e que isso não é apenas uma estação de passagem em nossa jornada espiritual. O evangelho é falado na companhia da fé tanto para nossa santificação quanto para nossa adoração.

O evangelho exige, ou até mesmo demanda, palavras. Então, vamos pregar o evangelho, e vamos  usar palavras, desde que elas são necessárias. Que elas possam ser palavras claras e vigorosas que possam chamar aqueles dentro e de fora da igreja para seguir Jesus.

 Autor: Ed Stetzer.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: Ligonier Ministries Website.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015



O que os evangélicos dizem a respeito de Maria?






No Brasil muitos religiosos são devotos a Maria. Cristãos reformados não são devotos a Maria. Por isso, muitas vezes nos perguntam: "Vocês odeiam Maria? Vocês não são devotos a Nossa Senhora?"

Obviamente, nós não odiamos Maria. Nós a estimamos muito. Ela era uma mulher piedosa, assim como muitos outros na Escritura. Nós admiramos a sua fé e piedade, e nós amamos ler sobre ela e outros na Bíblia. Mas em nossa admiração por Maria nós não vamos além do que a Palavra de Deus nos permite.

Primeiro, a Bíblia não confere a ela o título de "Nossa Senhora", "Rainha dos Céus" ou mesmo "Mãe de Deus". O primeiro título, "Nossa Senhora", é na verdade o equivalente feminino a "Nosso Senhor". Senhor ou Senhora é um título de honra e autoridade, mas a Bíblia, a Palavra de Deus, nunca fala de Maria usando tais termos. Somente Jesus é Senhor.  Maria não é "Senhora". Ela é "serva do Senhor" Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.(v. Lc 1:38). Há somente um Senhor. Na verdade, o título "Rainha dos Céus" é o nome de uma deusa pagã, e não um título de Maria. Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira.(cf. Jr 7:18). O céu tem um Rei, o Senhor Jesus Cristo, porém Jesus não tem uma rainha. Sua noiva é a Igreja, e Maria não está ao Seu lado o ajudando a governar todas as coisas. O título "Mãe de Deus" tem um elemento verdadeiro: Maria foi a mãe terrena de alguém que é Deus, mas ela não é a mãe do Deus Triúno, pois ela é uma criatura. Portanto, a Bíblia não usa esse tipo de linguagem. A benção de Maria ter sido escolhida para ser a mãe do nosso Senhor foi grande, porém a sua maior benção é que ela, assim como todo o povo de Deus, recebeu a salvação e o perdão dos pecados. Além do mais, quando o anjo Gabriel disse que Maria é "bendita" E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.(v. Lc 1:28), o que muitos traduzem como "cheia de graça", ele aponta para o mesmo favor ou graça que está sobre o povo de Deus: "para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado" Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado (v. Ef 1:6). Maria não é a fonte de todas as graças. Jesus é "cheio de graça e de verdade" E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (v. Jo 1:14). Maria é um recipiente da graça.

Em segundo lugar, a Bíblia não dá crédito a Maria pela obra da salvação que Jesus realizou sozinho. Maria não "cooperou" com Deus na salvação do mundo. O salvador é Cristo somente. Pedro diz que "não há salvação em nenhum outro [exceto Jesus], pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (v. At 4:12). Portanto, em nenhum sentido Maria é o salvador. O mediador é Cristo somente: "Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus" (v. 1Tm 2:15). O intercessor é Cristo: "Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós" (v. Rm 8:34). O advogado é Cristo: "Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo" (v. 1Jo 2:1). Tomar esses títulos (Salvador, Senhor, Mediador, Intercessor e Advogado) e compartilhá-los com Maria é desonrar Jesus Cristo.

Terceiro, a Bíblia não ensina que Maria nasceu sem pecado original, ou que ela viveu uma vida sem pecado. Apenas Jesus não cometeu pecado. Maria confessou livremente que ela era uma pecadora pois precisava ser salva dos seus pecados. ela cantou: Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador (v. Lc 1:46-47).

Quarto, a Bíblia não nos permite orar a Maria. Nossas orações devem ser oferecidas a Deus somente, por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Isso não a desonra, sendo que ela não pode ouvir orações no céu. Como poderia uma simples mulher, uma criatura, ouvir milhões de orações oferecidas a ela e então ter o poder de responder a cada uma delas? Além disso, Maria não morreu na cruz e portanto não tem base para conceder qualquer coisa. Quando oramos, oramos no nome de Cristo, ou por causa de Cristo, nunca no nome de Maria.

De fato, a Bíblia deixa claro que Jesus nunca honrou Maria da mesma forma que muitos erroneamente fazem hoje. Em uma ocasião, uma mulher na multidão exclamou: "Bem-aventurado o ventre que te trouxe" (v. Lc 11:27). Jesus corrigiu ela! Ao invés de exaltar Maria acima dos demais, ele disse "Antes, bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a guardam" (v. 28). Jesus se distanciou de sua mãe, Maria, quando ela começou a ser um impecílho para seu ministério. Em João capítulo 2 verso 4, ele disse a ela: "Que tenho eu contigo, mulher? ainda não é chegada a minha hora." Ele não estava sendo rude, mas ele estava lembrando ela do seu lugar. Na verdade, Jesus nunca se dirigiu a Maria com a palavra "Mãe", e certamente nunca a chamou de "Senhora". Em Mateus 12, quando sua mãe estava ao lado de fora esperando para falar com ele, ele pergunta: "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?", e então ele disse: "aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe" (v. 47-50). Assim ele deixa claro que ser sua mãe não dá a Maria privilégios, honra ou acessos especiais.

Resumindo, Maria foi uma humilde serva do Senhor, e ela ficaria aterrorizada se soubesse o que tem sido feito com o seu nome, que orações são oferecidas, velas acendidas e pessoas são devotas a ela. Maria é um belo exemplo de uma fé humilde e genuína, e de obediência a Deus. Não devemos desonrar ela a chamando de "Nossa Senhora". Por todos esses motivos, e outros mais, nós olhamos para Cristo, não para Maria. Buscamos salvação e perdão dos pecados em Cristo, não em Maria. Nós chamamos você a fazer o mesmo!


Autor: Martyn McGeown.
Tradutor: Sara McHertt.
Texto Original: Limerick Reformed Fellowship.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

A Jóia

Atravessando o deserto, um viajante viu um árabe sentado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, pesadamente carregados com valiosos objetos.

Aproximou-se dele e disse:

— Pareceis muito preocupado. Posso ajudar-vos em alguma coisa?

— Ah! — respondeu o árabe com tristeza — estou muito aflito, porque acabo de perder a mais preciosa de todas as jóias.

— Que jóia era essa? — perguntou o viajante.

— Era uma jóia como jamais haverá outra — respondeu o seu interlocutor. Estava talhada num pedaço de pedra da vida e tinha sido feita na oficina do tempo. Adornavam-na vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais agrupavam-se sessenta menores. Já vereis que tenho razão em dizer que jóia igual jamais poderá reproduzir-se.

— Por minha fé — disse o viajante — a vossa jóia devia ser preciosa. Mas não será possível que, com muito dinheiro, se possa fazer outra igual?

Voltando a ficar pensativo, o árabe respondeu:

 — A jóia perdida era um dia, e um dia que se perde jamais se torna a encontrar.